segunda-feira, 29 de novembro de 2010


Pearl Jam em Poa !!!  









Toda a expectativa criada em torno do primeiro show do Pearl Jam em terras tupiniquins gerava um frisson como há tempos não se via. Desde o anúncio oficial da vinda do grupo de Seattle  sua conseqüente divulgação e matérias publicadas em veículos especializados levavam a crer que este seria um show imperdível.  E de fato foi um show matador .... no mais puro espiríto nostálgico.  Estive lá no gigantinho e pude conferir os caras detonando o mais puro rock´n´roll.  Pearl Jam aqui no portinho realmente foi um fato histórico para aqueles que assim como eu viveram toda a itensidade da cena grunge. 














 A confirmação da também norte-americana banda Mudhoney como grupo convidado para abrir o show agradou todos, pois em conjunto com Nirvana, Alice in Chains e Soundgarden, foram os precursores do movimento Grunge saído da gélida Seattle. Uma sábia escolha.

Logo de cara o anúncio dos valores dos ingressos para Porto Alegre assustaram: R$90,00 a arquibancada, R$120,00 a pista e R$160,00 a cadeira.

Muita gente bateu pé e realmente não foi ao show, mas mesmo assim o Ginásio Gigantinho – local do evento – estava no noite do show com suas dependências completamente tomadas.

Por volta das 18h45min uma longa fila se formava de frente ao ginásio, enquanto que lá dentro uma boa parte do público já se acomodava.

Por volta das 19h10min a banda gaúcha Good Morning Kiss  sobe ao palco para ‘abrir’ o show. Dizemos ‘abrir’ entre aspas pois o grupo estava incompleto, eram dois guitarristas mais o vocalista, sem bateria e contra-baixo. Mais uma vez uma banda local foi chamada apenas para cumprir a lei estadual que exige presença de banda nacional em shows de grupos estrangeiros. Uma lástima, pois além de não poderem contar com todo seu potencial o som estava embolado. Patético, não por parte dos músicos, mas sim por essa burocracia estúpida.

Era perto das 20h quando o Mudhoney subiu ao palco, sem maiores cerimônias, tascando "When Tomorrow Hits". O som desde o início do show se mostrou preocupante, dava para se sentir em um barzinho underground curtindo alguma banda desconhecida. Mesmo assim nem o público, muito menos a banda, se abalou. Com "In n’Out of Grace" a multidão - que já ocupava boa parte do ginásio – já estava ganha e respondia com entusiasmo a cada palhetada nas guitarras. 

O show era empolgante e mostrava que a noite seria realmente histórica. Após uma seqüência de músicas rápidas e pegadas o show ficou mais morno. Até que Mark Arm (vocalista e guitarrista) lembrou “É muito bom estar em Porto Alegre novamente” – eles estiveram por aqui em 2001 – e os presentes responderam aos berros, para em seguida desfiarem "Touch Me I’m Sick" e agitar o show novamente. Após cerca de 40 minutos a banda se despede. Um show curto mas coerente. Uma pena o som não ter estado à altura. De fato a acústica do gigantinho é uma m.....
...



Os boatos estavam certos, a lotação do Ginásio Gigantinho estava praticamente completa, o que seria confirmado depois pela organização do evento contabilizando mais de 12 mil pessoas. Pearl Jam sobe ao palco pouco depois do horário anunciado, 21h20min, a quantidade de “oooh’s” e “aaah’s” é impressionante. Stone Gossard (guitarra), Mike McCready (guitarra), Jeff Ament (baixo), Matt Cameron (bateria) e por último Eddie Vedder (vocais), somados ao tecladista convidado Boom Gaspar, abrem o show com "Long Road" do single "Merkinball" e "Last Exit" do álbum "Vitalogy", já mostrando que não iriam esquecer as antigas composições. Na seqüência, para colocar fogo no Gigantinho e fazer a casa vir abaixo: "Animal" do álbum Versus e "Do the Evolution" do "Yeld". Pronto, era o Pearl Jam no palco, a esperava valeu mesmo, tudo pronto para um super show, mas não parou por aí: "Green Disease", "Jeremy", "Grievance", "Cropduster" e "Even Flow.

Depois disso eles poderiam ir embora, a missão já estava cumprida, show com muita pegada, os presentes completamente emocionados cantando todas as composições, por vezes abafando a voz de Vedder. Era algo lindo de se ver, porém, estávamos recém na nona música do repertório, muito mais ainda estava por vir. O lamento é que se as nove primeiras faixas foram de explosão, as seguintes transformariam o show em algo mais intimista, mas não menos emocionante. Por algumas vezes Vedder falava com o público em português, ora lendo uma ‘cola’ no palco ora, talvez, recebendo a ‘cola’ no ponto eletrônico em seu ouvido.

Mas a noite reservou uma surpresa fantástica, após falar que sua primeira visita ao Brasil foi anos atrás junto com os Ramones, Eddie Vedder chama ao palco Marky Ramone, ex-baterista da legendária banda de punk rock americana – que por coincidência estava na cidade para alguns shows – e tocam "I Believe in Miracles", nada mais providencial para o momento, com o refrão sendo cantado em uníssono pelos fãs. Como se não bastasse, para fechar a parte ‘planejada’ do show o hit do Pearl Jam: "Alive". Observando as pessoas cantando, de mãos para o alto, dava a impressão de que todos estavam flutuando com a melodia. No final da música, acompanhando os solos e a batida ritmada da bateria o público deu um show, respondendo com os tradicionais “Hey! Hey!”, parecia algo ensaiado de tão perfeito.

A banda sai do palco, mas pela movimentação dava para sentir que teríamos mais músicas ainda. De volta ao palco Vedder diz que teríamos algumas músicas ‘não usuais’ a partir de agora, provando que os músicos estavam realmente emocionados por estar ali. Então emendam na seqüência "Corduroy" e um medley de "Blood" e "Leavin Here" para logo em seguida soltarem mais uma grata surpresa: "Baba O’Riley" do grupo inglês The Who. Muitos dos presentes não conheciam o som, mas quem conhecia foi às lágrimas. Com as luzes de serviço já acesas no ginásio, sabe-se lá com ordem de quem, a banda de Seattle, precursora do movimento grunge se despede com outro medley, "Yellow Ledbetter" e "Spin the Black Circle".

Foram 25 músicas – sem contar os medleys – cerca de duas horas e meia de show, e que show, com momentos marcantes como a guerra de bolo promovida pelos músicos para comemorar o aniversário do baterista Matt Cameron, Eddie Vedder se abaixando no canto do palco para fumar ‘alguma coisa’, o tecladista Boom Gaspar vestindo a camiseta tricolor do Grêmio (pijmaminha), sendo aplaudido e vaiado ao mesmo tempo(claro que fui obrigado a soltar uma vaia pro cara), os solos e pulos emocionados do guitarrista Mike McCready, a energia cativante de Stone Gossard e Jeff Ament – guitarrrista e baixista respectivamente – e, é claro, o público, que mesmo com um valor de ingresso muito alto, preencheu todos os espaços do Gigantinho, se emocionou e emocionou o Pearl Jam, transformando este show em algo histórico e imperdível.




MUDHONEY SET LIST
01.When Tomorrow Hits
02.In ‘n’ Out of Grace
03.It is Us
04.I Saw the Light
05.Sweet Young Thing Ain’t Sweet no More
06.Touch Me I’m Sick
07.Here Comes Sickness
08.Suck You Dry
09.Hand-on For War
10.Hate the Police

PEARL JAM SET LIST
01.Long Road
02.Last Exit
03.Animal
04.Evolution
05.Green Disease
06.Jeremy
07.Grievance
08.Cropduster
09.Even Flow
10.Better Man
11.State of Love and Trust
12.Daughter
13.Habit
14.Given To Fly
15.Immortality
16.Save You
17.Rum
18.I Got Shit
19.Crazy Mary
20.I Believe in Miracles (Ramones)
21.Alive
22.Corduroy
23.Blood / Leavin Here
24.Baba O’Riley (The Who)
25.Yellow Ledbetter / Spin the Black Circle






Click no link abaixo e veja o vídeo do PJ em Porto Alegre... créditos: Treta Produtora e Perverso Music.